Relaxe seu corpo; Observe a sua
respiração; Agora, observe a sua mente...
A coisa mais difícil, quase
impossível, para a mente, é permanecer no meio.
A natureza da mente é passar de um
extremo ao outro. Ela depende do desequilíbrio. Se você está equilibrado, a
mente desaparece.
É por isso que é fácil para uma pessoa
que come demais fazer jejum. Perceba... Não é realmente mudar a si mesmo –
antes comia demais, agora está com fome demais, mas a mente continua focada em
comida no extremo oposto.
Por que é difícil permanecer no meio?
É como um pêndulo de um relógio. O pêndulo vai de um lado para o outro – o
relógio todo depende desse movimento. Se o pêndulo permanece no meio o relógio
para.
Preste atenção em uma coisa: sempre
que você avança, também está avançando para o oposto. O oposto está escondido,
não está aparente.
Quando está no meio, você não está
ganhando impulso. E essa é a beleza – um homem que não está ganhando impulso
para se mover para lugar nenhum pode ficar despreocupado, pode ficar à vontade
consigo mesmo.
A lógica é superficial, a vida é mais
profunda, e na vida todos os opostos estão unidos, eles existem juntos.
Lembre-se disso, porque então a meditação se torna equilíbrio.
A segunda coisa a se entender sobre a
mente é que ela sempre anseia pelo que está distante, nunca pelo que está
próximo. O que está próximo lhe dá tédio, você fica farto disso; o distante lhe
dá sonhos, esperança, a possibilidade de prazer.
Então, a mente sempre pensa no que
está distante. É sempre a mulher ou o marido de outra pessoa que é atraente; é
sempre a casa de outra pessoa que te atrai; é sempre o carro de outra pessoa
que o fascina. É sempre o que está distante.
Então, perceba... O que está muito
longe? O que está mais distante? O oposto é o mais distante. Você ama uma
pessoa – agora o ódio é o fenômeno mais distante; você come demais – agora as
dietas rigorosas é o fenômeno mais distante; você é celibatário – agora o sexo
é o fenômeno mais distante; você é um rei – agora ser um monge é o fenômeno
mais distante.
O que está mais distante é o que se
parece mais com um sonho. Atrai, obceca, chama você, convida você, e então,
quando você tiver alcançado o outro polo, esse lugar de onde você veio ficará
bonito outra vez.
Para a mente o oposto é magnético e, a
menos que você transcenda isso por meio da compreensão, a mente vai continuar
se movendo da esquerda para a direita, da direita para a esquerda.
É assim que as coisas são. Na
infância, você não vê a hora de crescer rápido, porque as pessoas mais velhas
são poderosas. A criança só anseia crescer rapidamente. Mas pergunte ao velho –
ele sempre acha que o paraíso estava lá na infância. E todos os velhos morrem
pensando na juventude, na inocência, na beleza, na terra dos sonhos.
Tudo o que você tem parece inútil,
tudo o que você não tem parece útil. Lembre-se disso, caso contrário a
meditação pode não acontecer, porque meditação significa isso – entender a
mente, entender o funcionamento da mente, o próprio processo da mente. A mente
faz você ir o tempo todo para o oposto. E esse é um processo infinito, que
nunca termina, amenos que de repente você caia fora dele, a menos que você de
repente se torne consciente do jogo, se torne consciente do truque da mente e
pare no meio.
Parar no meio é meditação!
Em terceiro lugar, a mente consiste em
polaridades, você nunca está inteiro. A mente não pode ser inteira, ela é
sempre metade.
O amor não é total, não é completo;
bem atrás dele todas as forças da escuridão estão escondidas e podem entrar em
erupção a qualquer momento.
Quando ama alguém, você simplesmente
esquece que tem raiva, que tem ódio, que tem ciúme. Você simplesmente os
descarta como se nunca tivessem existido. Mas como você pode descarta-los? Você
só pode escondê-lo no inconsciente. Você pode se tornar amoroso apenas na
superfície; bem no fundo fica escondido o tumulto. E mais cedo ou mais tarde,
quando o ser amado se tornar familiar essa escuridão vem à tona; estava apenas
esperando o momento certo, a semente estava lá.
A mente sempre tem o oposto dentro
dela, e esse oposto vai para o inconsciente e aguarda o seu momento de vir à
tona. Se você conseguir entender isso, vai parar no meio.
Quando você está equilibrado, a mente
não está presente – então você está inteiro. Assim, a meditação é um estado de
“não mente”, de ausência da mente.
Perceba... Como você criou muita
tensão em sua vida, agora você está meditando. Mas isso é o oposto da tensão, e
não a verdadeira meditação. Você está tão tenso que a meditação se tornou
atraente.
Algumas pessoas me procuram e dizem:
“Eu meditei por alguns anos, depois ficou chato, não era mais divertido.”
Quando alguém diz que a meditação não
é mais divertida, ela está querendo dizer que agora a tensão não está mais
presente, então como a meditação pode ser divertida? Ela vai ter que se mover
para o outro extremo novamente, terá que se mover para a tensão novamente,
então a meditação se tornará novamente atraente.
Olhe que absurdo é a mente: você tem
que ir longe para chegar perto, você tem que se tornar tenso para ser
meditativo. Mas isso não é meditação; esse é mais um truque da mesma mente.
Quando digo meditação, quero dizer ir
além do jogo dos opostos, cair fora do jogo todo, olhar para o absurdo que esse
jogo é, e transcende-lo. A própria compreensão torna-se transcendência.
A mente irá força-lo para o oposto –
não vá para o oposto. Pare no meio e veja que esse sempre foi o truque da
mente. É assim que a mente tem dominado você – por meio do oposto. Você já
sentiu isso?
O entendimento dá liberdade. O
conhecimento de todo o mecanismo da mente é a transformação. Então, de repente
o relógio para, o tempo desaparece – e quando o contador para, não existe mais
mente.
Com a parada do tempo, onde está você?
O barco está vazio.
Ótima reflexão, obrigado!!!
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