5 de nov. de 2012

Concentre-se totalmente em um objeto



Meditação 13
Concentre-se totalmente em um objeto

Imagine o círculo de cinco cores da cauda do pavão sendo seus cinco sentidos no espaço ilimitado. Agora, deixe sua beleza fundir-se internamente. Similarmente, em qualquer ponto no espaço ou em uma parede – até o ponto se dissolver. Então, seu desejo por um outro torna-se verdade.

Todos esses sutras – esses versos – estão relacionados com o como alcançar o centro interior. E a técnica básica usada é esta: se você puder criar um centro do lado de fora – em qualquer lugar: na mente, no coração, ou até mesmo fora em uma parede – e se você se concentrar totalmente nesse centro externo e eliminar o restante do mundo, você esquece o mundo todo e somente um ponto permanece em sua consciência; de repente, você será atirado para seu centro interior.
Como isso funciona? Primeiro tente entender... Sua mente é apenas um vagabundo, um andarilho. Ela nunca está em um ponto. Ela está sempre se movendo, chegando. Ela vai de um pensamento até outro – de A para B. Mas ela nunca está no A; ela nunca está no B. Ela está sempre em movimento. A mente está sempre se movendo, esperando chegar em algum lugar, mas nunca chega.
Se você parar, se você se fixar em um único ponto, a mente lutará contra você, porque ela pode estar viva somente em movimento. Mente significa um processo, se você pára e não se move, a mente de repente não existe mais; somente a consciência permanece.
A consciência é sua natureza; a mente é a sua atividade – assim como caminhar. Ela é um processo como o caminhar. Se você pára não existe o caminhar. Você continua tendo pernas, mas não o caminhar.
A consciência é como pernas – sua natureza. A mente é como caminhar – apenas um processo. Quando a consciência se move de um lugar para outro, esse processo é a mente. Se você pára o movimento, não existe mente. Você está consciente, mas não existe mente.
Se você parar em um ponto, a mente irá lutar. A mente dirá: “Continue!” A mente tentará de todas as maneiras empurrá-lo para frente ou para trás ou para qualquer lugar.
E se você insistir e não obedecer a mente... Isso é difícil, porque você sempre obedeceu. Você nunca deu ordem a mente; Você nunca foi o mestre. E você não pode ser, porque, realmente, você nunca se desidentificou da mente. Você pensa que é a mente. E esse engano de que você é a mente, dá a mente total liberdade, porque, então, não há ninguém para ser o mestre dela, para controla-la. A própria mente se torna o mestre, mas essa mestria é apenas aparente. Tente uma vez e você pode quebrar essa mestria – ela é falsa.
A mente é apenas um escravo fingindo ser o patrão, mas ela fingiu por tanto tempo, que até mesmo o patrão acredita agora que o escravo é o patrão. Mas isso é apenas uma crença. Tente o contrário – controle a sua mente – e você saberá que essa crença era totalmente infundada.

Então, esse sutra diz: Imagine o círculo de cinco cores da cauda do pavão sendo seus cinco sentidos no espaço ilimitado. Agora, deixe sua beleza fundir-se internamente.

Pense que seus cinco sentidos são cinco cores e que essas cores estão preenchendo todo o espaço. Simplesmente imagine que seus cinco sentidos são cinco cores – cores belas, vivas, estendidas até o espaço infinito. Então, mova-se internamente com essas cores. Mova-se internamente e sinta o centro onde todas essas cores estão se encontrando dentro de você. Isso é apenas imaginação, mas ajuda. Simplesmente imagine essas cinco cores penetrando dentro de você e encontrando-se em um certo ponto.
Naturalmente essas cores se encontrarão em um certo ponto: o mundo todo se dissolverá. Em sua imaginação existe apenas essas cores – exatamente como em volta da cauda do pavão – espalhadas por todo o espaço, indo profundamente dentro de você, encontrando-se em um ponto. Qualquer ponto servirá, mas o hara – o centro do umbigo – será o melhor.
Pense que elas estão se encontrando em seu umbigo – que o mundo todo se tornou cores e que essas cores estão se encontrando em seu umbigo. Veja esse ponto, concentre-se nesse ponto e concentre-se até o ponto se dissolver. Se você concentra no ponto ele se dissolve, porque é apenas imaginação.
Lembre-se: o que quer que nós tenhamos feito é imaginação. Se você se concentrar nele, ele se dissolverá. E quando o ponto se dissolve, você é atirado para o seu centro.
Nessa meditação há somente cor. Você esqueceu o mundo todo; você se esqueceu de todos os objetos.
Assim, se você tem sensibilidade à cor, então, tente esse método. O mundo todo são apenas cores e essas cores estão se encontrando em você. Bem no fundo, em algum lugar em você, essas cores estão se encontrando. Concentre-se nesse ponto e continue se concentrando nele. Não se mova dele; permaneça nele. Não permita a mente. Não tente pensar sobre as cores – não pense. Apenas veja-as encontrando-se em você. Se você pensa a mente se moveu. Apenas seja preenchido com cores encontrando-se dentro de você e, então, no ponto de encontro, concentre-se.
Se você, realmente, for preenchido com cores e se tornar simplesmente um arco-íris, um pavão, e se todo o espaço for preenchido com cores, isso lhe dará uma profunda sensação de beleza. Mas não pense sobre isso; não diga “isso é belo”. Não se mova no pensamento.
O mundo já se dissolveu. Há somente cores. Essas cores são sua imaginação. Essas cores estão se encontrando em um ponto e, agora, com profunda concentração esse ponto se dissolverá. Onde você está agora? Onde você estará? Você será atirado para o seu centro.
Os objetos se dissolveram através da imaginação. Agora, a imaginação se dissolverá através da concentração. Você sozinho é deixado como uma subjetividade. O mundo objetivo foi dissolvido; o mundo mental se dissolveu. Você existe apenas como pura consciência.

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