19 de fev. de 2012

A flor de lótus da lei VII

Sempre que as vemos,
Todas são exatamente como são:
O salgueiro é verde
A flor é vermelha

E nada muda no mundo, lembre-se.
Quando você vai pra dentro, nada muda no mundo. Apenas você, sua atitude, sua visão mudam. O mundo permanece o mesmo, ele continua o mesmo.
Os rios continuam a fluir, os pássaros a cantar, as flores a desabrochar... O mundo continua o mesmo, mas você não é mais o mesmo.
E quando você olha para fora a partir dessa visão interna as coisas também adquirem uma nova beleza.

Sempre que as vemos, Todas são exatamente como são...

Agora você pode ver as coisas como elas são. Antes disso, você nunca via as coisas como elas eram.
Por exemplo, você está passando ao lado do jardim de seu vizinho e uma bela flor desabrochou. Você pode ver essa flor exatamente como ela é? Não, você não pode, pois a inveja vai impedi-lo. A flor desabrochou no jardim de seu vizinho, não no seu jardim – como você pode desfrutar isso?
Na verdade, você fica incomodado, ofendido por isso, pois suas próprias flores parecem minúsculas. Há comparação, e você não se sente bem.
Perceba o absurdo disso. Uma rosa tão bonita, mas a idéia de que “ela não está no meu jardim, ela não engrandece o meu ego”, e você perde a sua beleza. Você deseja possuí-la. Você pode apreciar essa beleza apenas quando puder possuí-la.
Em realidade, possuir a beleza é matá-la. Como você pode possuir a beleza se você a ama? É impossível. Amar e possuir são antagônicos, contraditórios, não podem caminhar juntos. No momento em que você possui a beleza, você já a matou, reduziu-a a uma coisa; ela é uma comodidade.
A beleza pode ser amada e desfrutada somente quando não há possessividade.
Assim, quando uma pessoa foi transformada pela sua visão interior, quando ela alcançou seu âmago e percebeu que todos os jogos do ego são falsos, e se estabeleceu na eternidade – a alegria e o silêncio disso -, e se tornou somente uma testemunha, então ela abre os olhos; agora ela pode perceber as coisas como elas são.
A flor é apenas uma flor, ela não é de ninguém. A bela mulher é apenas bela; ela não é de alguém. Como uma mulher pode ser de alguém? De repente, a existência aparece como ela é, e todo o eu-tu desaparece.
E quando o eu-tu desaparece o conflito também desaparece.

Nesta consciência:
O salgueiro é verde,
A flor é vermelha.

A flor não é menos vermelha porque desabrochou no jardim do vizinho. O salgueiro não é menos verde porque não é seu, não é menos verde porque você está triste.
Você já observou isso? As coisas mudam com o seu estado de ânimo. Se você está feliz, a Lua parece bela e muito feliz; quando você está triste, ela parece triste e muito infeliz. Você projeta seu estado de ânimo nas coisas.
Quando uma pessoa alcança sua essência suprema, não há mais projeção. Ela percebe as coisas como elas são. Ela agora nunca está infeliz e nunca está feliz; todas as dualidades desaparecem.
Ela permanece não dual, eternamente silenciosa, calma, quieta e bem aventurada. Agora as coisas são como são...

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