9 de jan. de 2012

A flor de lótus da lei I

Penetre esses versos...
A lua crescente torna-se cheia e minguante,
E nada resta; mas mesmo assim, no alvorecer,
A lua crescente!

Procure perceber que vidas individuais vêm e vão, mas a vida eterna permanece.
Ela é como a lua – você percebe? Por quinze dias ela fica cada vez maior, e então chega a noite de lua cheia.
Então ela começa a ficar cada vez menor, e numa noite ela desaparece completamente. Mas você acha que a Lua desaparece ou aparece? Ela permanece a mesma, está sempre presente.
O aparecimento e o desaparecimento são somente da aparência da Lua. A realidade está sempre presente.

A lua crescente torna-se cheia e minguante,
E nada resta; mas mesmo assim, no alvorecer,
A lua crescente!

Assim, você vive duas dimensões, em dois planos.
Os Upanishads, textos antigos, têm a história, a parábola de dois pássaros absolutamente iguais que vivem na mesma árvore.
Um pássaro sentado no galho mais alto, completamente quieto, silencioso, sem se mover, sem nada fazer, com os olhos fechados, em algum lugar interior.
O outro pássaro nos galhos mais baixos, pulando de um galho para o outro, ansiando por essa flor, por aquele fruto, competindo com esse e com aquele, invejoso disso e daquilo – numa contínua inquietação.
Lentamente, o pássaro inquieto fica cansado da agitação e um dia olha para cima e vê o outro pássaro que é exatamente como ele – exatamente uma réplica -, e ele está tão silencioso, sossegado, calmo e imperturbável, como se o outro pássaro não existisse; há apenas silêncio.
O pássaro inquieto fica atraído por essa magia e começa a se mover em direção ao galho mais alto... O princípio do discipulado.
Ele chega mais e mais perto e finalmente se torna um com o outro pássaro.

E os Upanishads dizem que esses dois pássaros não são dois, porém dois aspectos da consciência.
E toda pessoa tem esses dois aspectos. Sobre a árvore da vida, sua mais profunda testemunha está sentada agora mesmo. A Flor de Lótus está desabrochando em todas as suas belezas, grandezas, esplendores.
E você está pulando de um galho para o outro – competindo, com inveja, raiva, ódio, brigando, fazendo mil e uma coisas e ficando continuamente frustrado...
Olhe para cima! Já está na hora! Acorde!
E lembre-se: “olhar para cima” significa exatamente o que se pretende dizer por “olhar pra dentro”.
“Olhar pra fora” significa “olhar pra baixo”.
Então, olhe pra cima ou olhe pra dentro e de repente irá deparar com um ser sentado dentro de você, um Buda.
E a pessoa começa a se mover, atraída pelo carisma, pela magia deste silêncio, e um dia se torna uma com a essência mais profunda.
Todas as mudanças acontecem para este pássaro inquieto – a lua cheia, a lua minguante... E nada acontece para o outro pássaro – a testemunha; ele é sempre o mesmo.

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