19 de dez. de 2011

Deus é o negócio do sacerdote


“Parece que nós, humanos, gostamos que alguém nos diga o que fazer; nos diga o que é certo ou errado e o que é bom ou mau. Por que tal resistência a pensarmos por nós mesmos?”

Não é uma questão de pensar. Na verdade, você pensa demais.
É uma questão de como parar de pensar e perceber diretamente cada situação que você está enfrentando.
Se não houver pensamento, não haverá barreira, não haverá ciscos em seus olhos e você poderá ver claramente.
E quando essa limpidez estiver presente, você não terá alternativas de bom e mau. Com essa clareza haverá uma consciência sem escolhas.
Você simplesmente faz o que é bom. A sua consciência simplesmente o dirige para o que é bom.
Perceba... Você não pode pensar por si mesmo, porque a visão do bom não é parte da mente e você só conhece a mente; por esta razão surge todo o problema.
Você não tem clareza porque só conhece a mente. Você tem centenas de pensamentos passando sem interrupção por sua mente - é um rush de vinte e quatro horas;
Uma multidão de pensamentos passando... São nuvens de pensamentos passando tão rápido que você fica completamente oculto atrás delas.
Seus olhos ficam quase cegos. Sua sensibilidade interior fica totalmente coberta pelos seus pensamentos.
Por intermédio da mente você não pode saber o que é bom ou mau. Você tem que depender de outros e essa dependência é totalmente natural, porque a mente é um fenômeno dependente. Ela depende de outros; todo o seu conhecimento é emprestado.
Tudo o que sua mente sabe veio através de seus pais, ou dos sacerdotes, ou dos professores, ou da sociedade.
Observe e você não conseguirá encontrar um único pensamento que seja originalmente seu.
Tudo é emprestado; a mente vive de conhecimento emprestado.
Em cada situação ela quer alguém para guiá-lo. Toda a sua vida está sendo guiada por outros.
Desde o princípio, seus pais lhe disseram o que é certo e o que é errado. Depois seus professores, os sacerdotes, seus vizinhos... Não que eles não saibam; eles também emprestaram de outros.
Esse empréstimo continua século após século, geração após geração. Toda doença continua sendo herdada pela nova geração.
É apenas uma réplica da geração anterior, um reflexo, uma sombra, mas não tem sua própria originalidade.
É por causa disso que você precisa de um guia supremo (deus). Você não pode depender de seus pais porque, à medida que você cresce, começa a ver que seus conselhos não são perfeitos; que são seres humanos falíveis.
Mas a pequena criança acreditou neles como se fossem infalíveis.
Não foi culpa deles, foi inocência da criança pequena; a criança confiou no pai, na mãe, que a amavam.
Mas finalmente, à medida que atinge um pouco de maturidade, vem saber que o que essas pessoas falavam não é necessariamente verdadeiro.

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