10 de nov. de 2011

Criação do Ego

Todos nós nascemos sem um ego. Quando uma criança nasce, ela é apenas consciência: flutuando, fluindo, lúcida, inocente, virgem, sem ego. Aos poucos o ego é criado pelos outros.
O ego é o efeito acumulado das opiniões dos outros sobre você.
 Um vizinho chega e diz: “Que criança bonita!”, e olha para a criança com um olhar de apreciação. Então o ego começa a funcionar.
Alguém sorri, uma outra pessoa não sorri. Algumas vezes a mãe é muito carinhosa, outras vezes está muito zangada.
E a criança vai aprendendo que não é aceita como ela é. Seu ser não é aceito de forma incondicional: há condições a serem satisfeitas. Se ela grita e chora e há visitas na casa, sua mãe se zanga. Se ela grita e chora, mas não há visitas na casa, sua mãe não se importa.
Se ela não grita, nem chora, sua mãe a recompensa sempre com beijos amorosos e com carinho. Quando há visitas, se a criança sabe ficar quieta, em silêncio, sua mãe fica muito feliz e a recompensa.
A criança vai aprendendo as opiniões dos outros sobre si mesma olhando no espelho dos relacionamentos.
Você não pode ver a sua face diretamente. Você tem que olhar em um espelho, e no espelho você pode reconhecer sua face.
Esse reflexo se torna sua idéia de sua face, e há milhares de espelhos a seu redor, todos eles refletindo algo - alguém o ama, alguém o odeia, alguém é indiferente.
E então, aos poucos, a criança cresce e continua acumulando as opiniões de outras pessoas. A essência total dessas opiniões dos outros constitui o ego. A pessoa começa a olhar para si mesma da forma como os outros a vêem. Começa a se olhar de fora: isso é o ego.
Se as pessoas gostam dela e a aplaudem, ela pensa ser bela, estar sendo aceita. Se as pessoas não a aplaudem e não gostam dela, rejeitando-a, ela se sente condenada. Ela está continuamente procurando formas e meios para ser apreciada, para ser repetidamente assegurada de que possui valor, que possui um mérito, um sentido e um significado.
 Então a pessoa passa a ter medo de ser ela mesma. É preciso encaixar-se na opinião dos outros.
Se você deixar de lado o ego, subitamente se tornará novamente uma criança. Você não estará mais preocupado com o que os outros pensam sobre você, não prestará mais atenção àquilo que os outros dizem de você.
Nesse momento, terá deixado cair o espelho. Ele não tem mais sentido: a face é sua, então por que perguntar ao espelho?

Um comentário:

  1. é incrível como os condicionamentos e as apropriações que fizemos ao longo da vida vão ditando nossos passos, Ficamos presos, inconscientemente a aprovação, sim, digo inconsciente pq sempre digo que nao me importo oq os outros penam a respeito de determinadas opiniões ou atitudes, mas qdo menos me apercebo estou fazendo algo mecanizada.
    E tecemos nossas opiniões tb dessa forma, é preciso um grande desapego a nossa criação para tentarmos nos achar, para sabermos quem realmente somos e oq queremos...e dai qdo tentamos fazer isso somos taxados por rebeldes...rebeldes sem causas.

    ResponderExcluir

Sua opinião é importante para mim. Deixe sua mensagem.