4 de set. de 2011

Meditação: Como fazer? Pra quem?


Um discípulo foi ao Mestre e perguntou: “Mestre, você fala muito em ser natural, em não fazer nada. Eu deveria continuar com meditação ou deveria apenas sentar e deixar as coisas acontecerem?

Se você está confuso, então você deverá continuar com as meditações.
A confusão é a doença e a meditação é o remédio. Ambas as palavras, meditação e medicina, vêm da mesma raiz.
Se você está confuso, deve continuar a meditar.
Quando você for capaz de perceber o principal sem nenhuma confusão, então não haverá necessidade.
Mas a meditação o preparará, o forçará a perceber que não há necessidade de fazer coisa alguma, e somente a meditação pode fazer isso.
Apenas me escute... Eu disse que ser natural é ser iluminado. E agora você pensa: “Isso é fantástico! Posso me sentar em silêncio e não fazer nada”.
Mas você pode realmente se sentar em silêncio e não fazer nada?
Se você realmente pudesse se sentar em silêncio e não fazer nada, então essa questão não surgiria.
Você estaria dançando com a existência e não estaria cheio de perguntas e com uma mente tão confusa.
Se você puder se sentar em silêncio sem nada fazer, o que mais é necessário?
Entretanto não fazer nada não é tão fácil. Devido a você ter ficado tão acostumado a fazer uma coisa ou outra, mesmo sentar-se será um fazer pra você.
Você terá de se forçar numa postura de Yoga e se sentará com tensão, quieto, sob controle, se segurando, tentando sentar em silêncio e não fazer nada... E fervendo por dentro para fazer mil e uma coisas, e milhares de pensamentos pedindo, protestando à volta e o distraindo.
Você pode simplesmente se sentar e não fazer coisa alguma? Isso é o supremo, nirvana, samadhi é isso.
Nesse estado você percebe o principal, que ser natural é tudo. Se você percebeu, toda a confusão desapareceu... E você se sentará, andará, comerá e falará silenciosamente.
As árvores e os pássaros estão perfeitamente felizes. E essas árvores não estão meditando, esses pássaros nunca pensaram sobre meditação, não fazem posturas de Yoga nem recitam mantras.
E toda a existência é tão imensamente extática!
Assim, se você se sente confuso, então continue meditando.
A meditação tira coisas de você e não lhe dá coisa alguma. A raiva, a cobiça e o desejo desaparecem e você começa a perder tudo o que tinha.
Lentamente, pedaços do seu ser são cortados de você. E de repente, num dia, nada está presente – ou poderíamos dizer somente o nada está presente.
Nesse momento, a luz penetra.
Todas aquelas coisas – cobiça, raiva, paixão, ânsia, ódio, ambição, ego – estavam atrapalhando o caminho, não permitindo que a luz penetrasse em você.
Se você me compreende não há necessidade de nenhuma meditação. Porém se você não me compreende...
Natural você já é, mas você não pode se sentar realmente, você precisa de algo em que pensar - algo pra fazer. Você deseja algum objetivo.
A meditação ainda é necessária para destruir essa constante inquietação em sua mente.



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