14 de set. de 2016

Os quatro passos em direção ao amor


Leve sua atenção para o centro do peito...
O que é o amor?
O amor é o encontro orgástico entre a morte e a vida. E a menos que você venha conhecer o amor, você perdeu. Você nasceu, você viveu e você morreu – mas você perdeu. Você perdeu absolutamente – você perdeu o intervalo que há no meio, entre a vida e a morte. Este intervalo é o pico mais alto, a experiência máxima.
Para atingir o amor, existem quatro passos a serem celebrados. O primeiro passo: esteja aqui e agora – porque o amor só é possível no aqui e agora.
Você não pode amar no passado. Muitas pessoas simplesmente vivem na memória – elas amaram no passado. E há outras pessoas que amam no futuro. Isso também não pode ser feito. Essas são maneiras de evitar o amor. Assim, você ama no passado ou você ama no futuro – e o amor só é possível no presente, porque somente neste momento a vida e a morte estão se encontrando... no intervalo escuro que há dentro de você. Este intervalo escuro é sempre o presente, sempre o presente, sempre o presente. Jamais é passado ou futuro.

Se você pensa demais – e pensar é sempre do passado ou do futuro – suas energias serão desviadas dos sentimentos. O sentir está no aqui e agora. Se suas energias estiverem se dirigindo para o pensamento, você não terá energia suficiente para penetrar nos sentimentos – e o amor não será possível. 

Assim, o primeiro passo é estar aqui e agora. Futuro e passado trazem o pensamento. E uma pessoa obcecada pelo pensamento acaba esquecendo que ela também tem coração.
Um homem demasiadamente envolvido no pensar, pouco a pouco toma um caminho no qual o sentimento não tem vez. E quando a cabeça se torna o senhor e o coração é deixado para trás, você viverá, você morrerá, mas não saberá o que é Deus, porque não saberá o que é amor. O sentir está no aqui e agora... E as pessoas estão se movendo para a cabeça e esquecendo o coração. Uma pequena minoria ainda vive um pouco no coração, mas essa minoria comete outro erro: seu amor está muito contaminado por venenos – como o ódio, o ciúme, a raiva, a possessividade. Então toda a jornada se torna amarga.

O segundo passo é aprender a transformar seus venenos em mel... Mil e um venenos rodeiam o seu amor. E o amor é uma coisa tão delicada... Simplesmente pense em raiva, ódio, possessividade, ciúme... Como pode o amor sobreviver?
Portanto, a segunda coisa a ser lembrada é transformar seus venenos em mel. Mas como podem ser transformados? Existe um processo muito simples, porque você não faz coisa alguma, você precisa somente de paciência. O que estou lhe dizendo é um dos maiores segredos. Experimente-o. Apenas observe as sensações. Quando a raiva vier, simplesmente sente-se silenciosamente e observe. Não coopere com ela, não a reprima. Não seja contra ela, não seja a favor dela. Simplesmente observe a raiva, veja o que acontece... Deixa-a subir.
Nunca faça coisa alguma sob emoção. Enquanto o veneno estiver possuindo você, simplesmente espere. Esta é uma das leis básicas da natureza, de que tudo surge, permanece um tempo e desaparece. Esta é a característica de todas as sensações: surgir e desaparecer, surgir e desaparecer...
Não aja quando a raiva estiver no seu ponto mais alto, do contrário você se arrependerá, e criará uma cadeia de reações. Espere... Quando você estiver com raiva este é o momento de meditar. Não perca este momento. A raiva está criando tanta energia dentro de você... Ela pode destruir – negatividade provoca mais negatividade, raiva traz mais raiva – num processo sem fim. Esperando e não fazendo nada com pressa, um dia você perceberá a mudança interior. Você estava cheio de raiva, chegando no clímax... E então a roda gira... Porque a energia é neutra – a mesma energia que pode destruir pode ser criativa, pode ser amorosa...
Então, simplesmente observe a si mesmo. Observe todas as suas variações – o assassino, o pecador, o criminoso, o santo, o homem virtuoso dentro de você... Observe Deus, o Diabo. Conheça todas as suas possibilidades e, ao conhecê-las, você estará descobrindo segredos...
As pessoas são muito egoístas. Só compartilham tristezas. Estão carentes, querem amor e ficam se lamentando esperando que você lhe dê atenção, carinho, amor...

Então, o terceiro passo em direção ao amor é compartilhar, mas compartilhar coisas boas, positivas. Isso fará seu amor fluir como um rio que nasce em seu coração. Tudo que houver de belo em você, jamais o acumule. Compartilhe sua sabedoria, sua oração, compartilhe seu amor, sua felicidade, seu prazer.
Acumular envenena o coração. E quando der, não se importe se será retribuído ou não. Nem mesmo espere por um “muito obrigado”. Pelo contrário, sinta-se grato à pessoa que lhe permitiu compartilhar com ela.

E o quarto passo... Seja um nada, um ninguém. No momento que você passa a acreditar que é alguém, você para; então o amor não flui. Quando você está vazio, existe amor. Quando você está cheio de ego, o amor desaparece. O amor e o ego não podem existir juntos.
Portanto, seja um ninguém. Ser um ninguém é a fonte de tudo, é a fonte do infinito... Nada significa o Nirvana – Deus.
Seja nada – e sendo nada, você terá alcançado toda a existência – você terá chegado em casa.

Texto publicado aqui no Blog em 23 de fevereiro de 2011 e revisado em setembro de 2016

3 comentários:

  1. Que texto maravilhoso, Guilherme!
    novamente não fui ao encontro na prainha (ando tão lenta pela manhã, rs), mas q bela substituição eu fiz, entrando aqui p ler os textos de Osho. Um sábado de muita paz, beijos!
    Bia

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  2. Osho, na minha opinião, é fantástico, pois apesar dele ter uma leitura completamente diferente, nova, autêntica de todos os processos pelos quais as pessoas experimentam e vivenciam a vida, ao mesmo tempo conforta, aconchega e nutre a nossa alma.
    Muito interessante...

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  3. Obrigada por "COMPARTILHAR" !!!
    Que alegria poder ler e compreender esse texto!!!

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