27 de out. de 2010

Cabeça x Coração


Observe onde a sua energia está fluindo nesse exato momento... Onde está a sua atenção? No coração?... Na cabeça?... Provavelmente na cabeça, viajando em pensamentos, memórias, sonhos, desejos...
Tente perceber que você foi ensinado a ser assim...
A sociedade, a civilização, a cultura, todas forçam a criança a ser mais lógica.
Elas tentam focar a energia delas na cabeça.
Uma vez que as energias estejam focadas na cabeça, torna-se muito difícil descer para o coração.
Na verdade, toda criança nasce com muita energia amorosa.
A criança é cheia de amor, de confiança.
Você já olhou nos olhos de uma criança pequena?
A criança ainda não aprendeu a duvidar.
Mas nós a ensinamos a dúvida, o ceticismo, a lógica.
Parecem ser medidas de segurança.
Nós ensinamos o medo, ensinamos a cautela, ensinamos a prudência, e toda essa coisa junta mata a possibilidade de amor.
Pouco a pouco, as pessoas aprendem a não acreditar, a não confiar, a permanecerem cronicamente em dúvida.
E isso ocorre tão vagarosamente, em doses tão pequenas, que você nunca está alerta para o que está acontecendo com você. E quando você percebe, é tarde demais.
Talvez ninguém possa enganá-lo, mas você enganou a si mesmo.
Você perdeu tudo aquilo que era valioso.
Então um fenômeno muito estranho acontece: você não pode amar pessoas, porque pessoas podem enganar.
E como há uma grande necessidade de amar, as pessoas vão buscando substitutos: alguém ama a sua casa, alguém ama o seu carro, alguém ama as suas roupas, alguém ama o seu dinheiro...
É claro, a casa não pode enganá-lo, o amor não corre risco. Você pode amar o carro – um carro é mais confiável do que uma pessoa real. Você pode amar o dinheiro.
Por que tantas pessoas amam coisas em vez de pessoas? E até mesmo quando amam uma pessoa, elas tentam reduzir a pessoa a uma coisa.
Se você ama uma mulher, você está de imediato, pronto para reduzi-la a determinado papel: o papel de esposa, mais previsível do que a realidade de uma amada.
Se você ama um homem, você está pronta para possuí-lo como uma coisa.
Você quer que ele seja seu marido, porque um amante é mais líquido, nunca se sabe... Um marido parece algo mais sólido.
Assim que as pessoas se apaixonam, elas estão prontas para o casamento – tal é o medo do amor.
E seja quem for que amemos, começamos a tentar controlar.
Esse é o conflito que permanece entre esposas e maridos, mães e filhos, irmãos e irmãs, amigos – quem vai possuir quem?
E isso significa: quem vai definir quem, quem vai reduzir quem a uma coisa? Quem será o senhor e quem será o escravo?
No momento em que você toma conhecimento de que é isso o que está acontecendo, mude o fluxo: faça todos os esforços para contatar novamente o coração.
Refaça o contato com o coração para desfazer o que foi feito a você pela sociedade.

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